Câmara debateu necessidade de solução para os resíduos da construção civil

por Diretoria de Comunicação última modificação 05/11/2021 21h12

A Câmara de Foz discutiu nesta sexta-feira (05/11) a questão da reciclagem de resíduos da construção civil e demolimentos. A audiência pública foi aberta pelo presidente da Casa, vereador Ney Patrício (PSD) e conduzida pelo proponente, vereador João Morales (DEM). O debate convergiu para necessidade de soluções e alternativas para a quantidade de resíduos gerados pelo setor, concomitante à crise ambiental pela qual enfrentamos.

“Temos uma lei que trata disso. Mas hoje precisamos debater esse assunto. Sabemos que o meio ambiente não pode pagar o preço. Quando se fala de meio ambiente falamos em nós mesmos. Enquanto as coisas construídas no mundo falarem mais alto e não houver tratamento para os resíduos de nada vai valer o dinheiro, não teremos ar para respirar, água potável. A lei é de 2010, mas até o momento não temos nada”, disse Morales.

Participaram do evento os vereadores: Cabo Cassol (Podemos), Anice Gazzaoui (PL), Yasmin Hachem (MDB), Protetora Carol Dedonatti (PP), Kalito (PSD). O vice-prefeito, delegado Francisco Sampaio, também prestigiou a audiência.
O ambientalista, Daniel Dantas, afirmou que “neste momento o mundo está reunido em Glasglow (na COP 26) discutindo a questão da crise ambiental. O gerador de resíduos é responsável pelas etapas. Um dos fatores que contribui para a proliferação de focos de dengue é também a destinação incorreta de materiais”.

O vereador e engenheiro ambiental, Admilson Galhardo (Republicanos), falou como expositor  e questionou ausência de equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e pontuou que o descarte desses resíduos poderia ser melhor distribuído na cidade, tendo outros pontos de recebimento: “A empresa precisa ter triturador e picador, vai transformar em espécie de areia que depois vai vender. Isso pode ser subdividido nas quatro regiões da cidade”.

O empreendedor ambiental, Amálio Espindola, ponderou: “A lei que institui a política nacional de resíduos sólidos completou 11 anos. Essa lei exige tratamento de primeira qualidade”. Renato Pena Camargo, vice-presidente do Sinduscon Oeste do Paraná, ressaltou que “hoje em Foz já se exige no início da construção que quem vai executar a obra faça o plano de gerenciamento dos resíduos oriundos da construção. O que é preciso é fazer cumprir o plano. Isso passa por uma cultura nova de destinação. Depois que se mistura esse resíduo dificilmente será compensador voltar a separar esses resíduos". 

“Viemos para nos colocar à disposição para trabalharmos juntos porque o meio ambiente não tem fronteiras”, disse Feliciano Nunes, do Paraguai. Leonor Venson, do Observatório Social, salientou: “Nós compomos o comitê do meio ambiente e estamos avançando em relação aos gastos públicos. Um estudo que realizamos sobre o uso dos royalties mostra que boa parte dos gastos da Secretaria de Meio Ambiente são usados esses recursos, isso é preocupante. E lembramos que o tratado dos royalties termina em 2023 e isso é preocupante, por exemplo a limpeza pública, que é mantida com esse recurso, como ficará?”.

Necessidade de pensar na questão econômica e tecnológica

Luiz Gollin, Biólogo, destacou: “A minha contribuição vai ser no tocante a três premissas, que são econômicas. Precisamos pensar nas premissas econômicas para que não se torne caro. Trabalho com resíduos há 17 anos. Precisamos pensar em tecnologia. Comecem a pensar em usina de pirólise”.


O vice-prefeito, delegado Francisco Sampaio, pontuou: “Em Glasgow 196 países estão discutindo e preocupados. Os compromissos assumidos lá terão reflexos para as gerações de filhos e netos. Vale lembrar que no município já existe chamamento público para prestação de pequenos serviços”.

Construção civil é responsável pelos próprios resíduos

“O município é responsável pelo planejamento, organização. Mas o município não é responsável pelos resíduos da construção civil. Cabe ao próprio setor da construção civil adquirir áreas para dar tratamento e destinação adequados”, esclareceu Fátima dos Santos que representou o Observatório Social de Foz.


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