Secretária de Educação presta esclarecimentos sobre gestão da pasta na Câmara

por Beatriz Bidarra última modificação 17/10/2025 10h58
Falta de diálogo, defasagem de profissionais e decisões unilaterais sobre meta do IDEB foram pontos de questionamentos
Secretária de Educação presta esclarecimentos sobre gestão da pasta na Câmara

Foto: Christian Rizzi - Câmara Foz

Diante de denúncias recebidas pela Comissão de Educação da Câmara e de diversas reivindicações de profissionais da área, a Secretária Municipal da Educação, Silvana Garcia, compareceu à sessão desta quinta-feira, 16 de outubro. Sua presença foi convocada por meio de um requerimento (668/2025), da Comissão de Educação, Cultura, Assistência Social e Defesa do Cidadão, para que prestasse esclarecimentos sobre a gestão da pasta, a qual tem gerado insatisfação entre os profissionais do setor. 

Com plenário lotado de professores e demais servidores da área, os questionamentos foram realizados primeiramente pelas vereadoras integrantes da Comissão de Educação da Casa: Yasmin Hachem (PV) - Presidente; Valentina Rocha (PT) e Marcia Bachixte (MDB). A vereadora Yasmin Hachem destacou que os questionamentos não surgiram apenas da comissão, mas também da comunidade, que enviou suas dúvidas, bem como de profissionais da educação, vereadores e por meio de redes sociais. 

As indagações abordaram os seguintes temas: falta de diálogo entre a administração da pasta e os profissionais; qualidade da alimentação nas escolas e CMEIs; falta de segurança nas instituições de ensino; ampliação de vagas na educação; plano de carreira para merendeiras; medidas para suprir o déficit de nutricionista e psicólogos; critérios para a reorganização administrativa do município, especialmente da pasta da Educação; previsão de concurso para professores do ensino fundamental; e quantos alunos com laudo estão sem professores de apoio.

Também foi questionado o fato de servidores em estágio probatório estarem ocupando cargo de chefia. Sobre as metas do IDEB, as parlamentares perguntaram se elas foram construídas unilateralmente e se consideraram as diferenças de realidade social de cada instituição de ensino. Outros pontos levantados foram as condições estruturais das escolas e CMEIs, as condições de trabalho das merendeiras e a falta de estrutura adequada para o armazenamento. 

Durante o questionamento, também foi perguntado se a secretária tinha conhecimento de um abaixo-assinado, com mais de 2 mil assinaturas, que pedia a sua saída do cargo, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade urgente de um diálogo transparente entre a gestão municipal e os profissionais da educação. 

De acordo com o requerimento que convocou a secretária, professores e demais servidores da rede municipal de ensino manifestaram publicamente seu descontentamento com determinadas medidas administrativas e de gestão, especialmente relacionadas à condução da Secretaria nas unidades escolares. Tais decisões, segundo relatos dos próprios educadores, têm impactado diretamente as condições de trabalho, a qualidade do ambiente escolar e, consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem dos alunos.

Ponderações feitas pela Secretária de Educação 

A secretária da pasta, Silvana Garcia, afirmou que o ano começou com um déficit de 400 professores e que, desde então, 200 professores da educação infantil foram contratados. Ela mencionou que foi feita uma  solicitação para mais 100 vagas, mas ainda não há previsão, pois o processo está na Secretaria de Fazenda para cálculos. 

Segundo ela, atualmente são 5 escolas em tempo integral e até 2026 serão 7 no total, sendo atualmente 114 turmas de ensino integral. As duas instituições que passarão a contar com o ensino integral serão a Escola Carlos Gomes e a Escola Nágila Barakat. Também informou que 32 escolas e CMEIs precisam de substituição completa dos telhados. 

A respeito das metas do IDEB, a Secretária disse entender que não houve decisão unilateral e ressaltou  que o índice é um  balizador para que o município receba recursos financeiros para a educação. Ela enfatizou que não é possível reduzir o foco nos resultados de aprendizagem, citando que 72% das crianças são alfabetizadas na idade certa. 

A respeito da situação estrutural das escolas e CMEIs, Silvana Garcia, respondeu que algumas unidades, como a Júlio Pasa e a Olímpio Rafain, precisam ser reconstruídas. De acordo com a gestora, pelo menos 10 unidades entre CMEIs e escolas serão inauguradas até o final da gestão. 

Sobre a questão do diálogo, Silvana reiterou que há uma comunicação  permanente com os profissionais da educação, incluindo professores, diretores e equipe pedagógica. 

Ponderações dos demais vereadores

O vereador Cabo Cassol (PL) disse que confia muito na educação e nos educadores, e que o trabalho desenvolvido deve fazer com que Foz do Iguaçu alcance o melhor IDEB do Brasil. 

A vereadora Anice Gazzaoui (PP) pontuou que, desde 2010, Foz se tornou referência na educação, tendo IDEB muito bom, e que a cidade não aceitará retrocessos nesse sentido. 

O vereador Adnan El Sayed (PSD) reiterou a importância de se considerar como o contexto social de cada escola interfere na meta do IDEB.

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